quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Dos segredos que eu me revelo



Esse é o momento onde a saudade que eu sinto (que eu sempre sinto) de você escorre em palavras bem escolhidas pra fazer jus à minha alegria em lembrar você. Não estranha não, mas é que me deu vontade de falar daquela coisa de ter sido a melhor mulher do mundo ao seu lado. E quer que eu te conte um segredo? Ninguém jamais chegou perto de você nessa coisa de me completar. Aliás, não só nisso, mas em muito daquele tudo lindo que você foi pra mim. To aqui lembrando do meu sorriso de boba-alegre que escapulia antes que eu sentisse ele nascer. To aqui pensando que ele apareceu mais que qualquer ruga de preocupação ou cenho franzido... Ele foi o que mais existiu dessa mistura de nós dois. 

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Construindo nós dois



Eu demorei muito até perceber que o que eu queria pra mim, o que exatamente me faria completa, não é um algo fixo, determinado. Confesso que até hoje não descobri e talvez essa seja uma questão que levarei pra toda a vida. Mas consegui enxergar que o que quer que seja essa tal coisa, não será sozinha que eu a conquistarei. É incrível como por diversas vezes acreditamos que se o mundo ao nosso redor nos compreender e nos aceitar, será muito mais fácil e viavel sermos felizes. Desejamos adoecidamente que as pessoas sejam como queremos para que possam se tornar capazes de nos trazer alegrias. Hoje penso que a felicidade consiste em sobreviver ao caos. E esse caos é o mundo inteirinho nos cobrando maturidade, coragem e equilíbrio pra crescer, sendo que crescer singinifca mudar, percebendo nossas transformações e fazendo uso delas para nos manter sempre capazes de mudar um pouco mais.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Nunca mais amor.


Ofegante, não conseguia dizer as palavras que lhe vinham a mente. E pensava em tantas coisas, sentia tantas coisas. Nenhuma palavra. Só um conjunto de vogais sussurradas, liberadas em berros e gemidos. Ali havia uma imensidão de tesão. Para eles, todo o sexo do mundo.
Todos os dias mãos se pegando, olhos se cruzando, braços se apertando. Carinhos, afagos e vontade. Eram os corpos que não conseguiam se manter distantes, era o entorpercimento pela descoberta daquelas curvas, daquelas mãos, dos movimentos, do som que faziam juntos, do sabor do suor dele, da sensação de se sentir desejada em todos os seus músculos e gestos.
Todos os dias risos, satisfação, cansaço, insaciedade. Em cada poro o prazer se dilatava, escorria em suor e exalava-se num perfume carnal. Olhos se encarando, bocas se beijando, mãos desbravando cada centímetro do corpo que lhe arrancava sorrisos. E o peito chacoalhava esperando o toque no lugar da pegada, a palavra no lugar do beijo, o aconchego no lugar dos apertos.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Um pouco de Caio F.

Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo, e que então tudo vai ser mais claro, que não vai mais haver medo nem coisas falsas. Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, e que precisaria saber para compreender todas as vezes que fugi de você e voltei e tornei a fugir. São coisas difíceis de serem contadas, mais difíceis talvez de serem compreendidas — se um dia a gente se encontrar de novo, em amor, eu direi delas, caso contrário não será preciso. Essas coisas não pedem resposta nem ressonância alguma em você: eu só queria que você soubesse do muito amor e ternura que eu tinha — e tenho — pra você. Acho que é bom a gente saber que existe desse jeito em alguém, como você existe em mim.” 

(Caio Fernando Abreu)

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Não volto mais!

Eu te vejo assim, todo renovado nos seus sentimentos, distribuindo sorrisos de quem tá feliz por amar de novo. Acho lindo e até me comovo, mas nesse meio tempo mentalmente ouço sua voz dizendo "você é minha", e logo disperso - não é o momento desse elemento retornar. E mesmo não reconhecendo os traços de amor que haviam no seu rosto há um ano atrás, eu não posso querer procurá-los justo agora, que deixei que você fosse e os levasse contigo. Deve ter cansado de emitir sinais, de mantê-los na cara sem a utilidade que desejava que tivessem. Mas eu sinto falta deles - e de você!

terça-feira, 14 de junho de 2011

É a chuva...


Sinto falta das saudades que eu tinha... De me deixar sentir saudades.
Essa chuva caindo forte e fria me fez amanhecer a atravessar todos os minutos desse dia um tanto nostálgica.
E eu temi esse tanto de saudade que me encheu o peito. Deu vontade de retroceder a fita, rever meus tantos sorrisos leves e involuntários que escapuliam desse coração meio infantil. Deu vontade de correr pra abraços quentes e imensos, que me apertavam por fora, mas me tocavam por dentro. Deu vontade do cheiro de um canto de pescoço, de um toque macio de uma mão na minha nuca, de um beijo no olho pedindo pra eu me apaixonar. Deu vontade do filme às 15:30 da tarde, de dar risada falando de histórias alheias, de sorrir grandão falando de histórias que desejava realizar.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Almas Gêmeas

"As pessoas acham que a alma gêmea é o encaixe perfeito, e é isso que todo mundo quer. Mas a verdadeira alma gêmea é um espelho, a pessoa que mostra tudo que está prendendo em você, a pessoa que chama sua atenção para você mesmo para que você possa mudar a sua vida. Uma verdadeira alma gêmea é provavelmente a pessoa mais importante que você vai conhecer, porque elas derrubam as suas paredes e te acordam com um tapa. Mas viver com uma alma gêmea pra sempre?

domingo, 27 de março de 2011

Tempestade...

Não há tempo pra sentir. Cansada de escrever minhas dores, cansada de amenizar amores. E a vida real é seca e não há criatividade poética no apressar das horas. Os dias passam como rolos compressores que esmagam o desejo - e a necessidade - de emergir do poço fundo dos compromissos para respirar o ar dos sonhos mais fantasiosos e cor de azul.
Não há tempo de mim para mim mesma, não sobra tempo para que me enxergue na frente da imagem que mal vejo no espelho. Não sou mais eu, sou apenas mais uma. Viro, em 24 horas de 7 dias da semana aquela que faz uso de mim e só, e sozinha. O relógio, agora tão íntimo, é o único que me acompanha, o único que jamais irá parar para me escutar. Ele berra em meus ouvidos: Avante! Avante!
E o coração, desordenado de tempo e espaço, aquele pedaço desejante de todos os seres humanos que fui e vi, carregado no fundo estreito do meu peito, que apertado em si, salta pra fora, agora encontra-se coagido pela frieza das horas que passam. Esse pedaço que lateja meus sonhos, que não separa passado e futuro, que não conhece a emergência do presente, urge por um tempo para poder bater. Meu coração nunca mais parou pra respirar.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Das páginas em branco

Juro que estou cansada desse peito apertado, desse coração contido, acanhado num canto de mim, buscando se esconder do mundo. Cansa muito se manter impenetrável, fora de alcance, escorregadia a qualquer toque ou qualquer aproximação. Precisa-se de muito esforço para esquecer carinhos, desconsiderar afagos.
A capa de monstro já pesou, a máscara inexpressiva começa a se ajuntar à minha pele e tem ficado cada vez mais difícil retirá-la no fim do dia.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Cheia de cores

Queria limpar seu mural de lembranças, mas quanto mais esfregava os desenhos de sua história, mais a tinta se impregnava em sua pele.

Texto: Carina Mota

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Da [e dá] saudade.

A saudade nos enche de espaços vazios que incham no nosso peito. Nos enche de rostos virados pra trás, de lembranças maquiadas de momentos felizes que parecem ainda mais felizes depois que acabam. Elas colocam risos em fotos, e amor nas músicas que sempre ouvimos sem sequer notar que falavam de amor. A saudade nos fala do que não dissemos a tempo, do que ficou para acontecer agora, nesse tempo-hoje em que recordamos o 'inacontecido'. 

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Amor em asas!



Aprendi a voar com seus beijos, com esse teu amor-cama-elástica. 
E meu colchão é um saco de beijos e afagos teus para te manter sempre colado à mim.

Texto: Carina Mota

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Cansei do amor

Pois é, cansei do amor!
Cansei de escrever tanto sobre uma coisa que ninguém sabe ao certo o que é. O amor escrito é um conjugado de suposições pessoais, um amontoado de expectativas, uma tonelada de sonhos juvenis aprendidos nos contos de fadas, nos filmes hollywoodianos ou nas novelas mexicanas. O amor é aquilo que nos faz deixar de enxergar a realidade para buscar o inalcançável, é o que nos faz esperar pelo impossível, testar as resistência do real até que ele seja luído em cada centímetro. 
Nós nos escondemos nesse tal amor inexistente, nesse sentimento que apenas Julietta e Romeu viveram em um sonho criativo de Shakespeare. Por trás desse amor ninguém é suficientemente bom, nenhum homem ou mulher é capaz de se fazer aceito.