quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Nós...



Deu saudade de falar de você, do doce que só você consegue trazer pra minha vida. E olhando bem, não sei o que acontece que eu não te levo pra mim pra sempre. Tudo em nós dois faz sentido, tudo entre a gente se explica nesse jeito magnético como nos olhamos, e nos falamos, e nos tocamos, e nos amamos, e existimos em relação ao outro.
Não sei justificar, não encontro a origem desse fato, mas com você é diferente. Tudo é diferente. Passam-se as horas, os dias, as semanas e até os meses, mas você surge pra mim sempre como alguém que nunca partiu. E talvez não tenha partido mesmo, se fazendo presente em mim nesse seu modo especial de ocupar minha vida.
E quando eu te olho assim, meio estática, meio confusa é porque eu tento entender o que existe entre a gente que faz as coisas acontecerem numa energia tão próxima à isso que Drummond chama de amor. Meu jeito crítico/objetivo não me deixa acreditar nessa mágica linda que envolve nossos encontros, mas eu sei, você consegue realizar meus sonhos nos mínimos detalhes. E se fujo de você é por medo de me ver completamente submersa na sua vida. Tenho medo do amor, querido. Tenho medo de amar.

domingo, 15 de agosto de 2010

O apêgo não quer ir embora...

Música: Maria Gadu - Dona Cila
Quando alguém querido morre, dói na gente de um jeito indizível. Dói em lugares que a gente nem sabe localizar. E como a morte é estranha, como é louco que alguém esteja vivo e, de repente, não esteja mais.
Dia desses um dos grandes amores de minha vida partiu pra onde não sei dizer: minha avó, minha gatona, precisou descansar para deixar de sofrer. E aqui dentro fica uma sensação de vazio que não se ocupa de definições, somente de uma dor tão funda que é impossível saber onde ela termina.
E me soa tão injusta essa coisa de precisar morrer para deixar de sofrer. Como a vida às vezes é cruel. Mas confiando em Deus, toda angústia parece menos pesada. E eu sinto, bem fundo, que ela tem um lugar especial do lado do Pai.

sábado, 7 de agosto de 2010

O amor, o tempo e a realidade.


Foi no colégio onde, pela primeira vez, ele a viu passar e automaticamente teve certeza de que faria parte de sua vida para sempre. Pouco simpática, ela mal permitia que ele lançasse seus olhares derramando subliminaridades. Mas ela sentia que logo perderia a vontade de resistir tanto.
O primeiro beijo teve gosto de paixão colegial, daquelas que nos pedem beliscões para garantir se é tudo real. E ele sentiu a tal realidade virar sonho ao lado daquela menina. Uma mágica que encantou qualquer um que não fosse ela. Tão jovem e já descrente do amor.
Os anos passaram sem permitir que eles se separassem, e ela sem permitir que ficassem juntos. Muitas declarações, pouco convencimento. Ele era um garoto jovem, curioso e cheio de uma liberdade que a desagradava. Mas mantinha-se apaixonado. Como num paradoxo ela o amava cada dia mais e o queria cada dia menos. E ele revelava-se um canalha cada vez mais perdido de paixão.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Daquilo que não se espera


E de repente sinto sua falta.
Não tive chances, mas gostaria de ter dito que seu olhar-esperança me tocou diferente. O mundo previamente engessado de repente balançou na base e eu quis me jogar no seu querer. As coisas não são planejáveis, parece que tudo que a gente ensaia não acontece de verdade, só repete algo que já não provoca frisson porque já fora treinado para ser daquele jeito. Por isso você conseguiu me tirar do eixo, porque esperei, planejei e me preparei pra não me deixar afetar. Mas de repente comecei a achar a beleza nítida do teu sorriso um tanto especial, de repente vi que o teu modo de me olhar era fundo, tão fundo, com a profundidade de quem quer me olhar de dentro, de quem quer me ocupar e adornar os meus dias com intensidade e uma luminosidade cor-de-vida.