quarta-feira, 27 de julho de 2011

Não volto mais!

Eu te vejo assim, todo renovado nos seus sentimentos, distribuindo sorrisos de quem tá feliz por amar de novo. Acho lindo e até me comovo, mas nesse meio tempo mentalmente ouço sua voz dizendo "você é minha", e logo disperso - não é o momento desse elemento retornar. E mesmo não reconhecendo os traços de amor que haviam no seu rosto há um ano atrás, eu não posso querer procurá-los justo agora, que deixei que você fosse e os levasse contigo. Deve ter cansado de emitir sinais, de mantê-los na cara sem a utilidade que desejava que tivessem. Mas eu sinto falta deles - e de você!
E torço com muita humildade pra que esses dias novos se alonguem e te entreguem presentes que eu embrulhei tão bem que tive receio de entregá-lo e você não saber abrir (mesmo sabendo que ninguém além de você lidaria tão bem com eles). Mas ainda com essa humildade toda, tem um taquinho de mim aqui no meio do peito que aperta toda vez que vejo nossos caminhos abrindo distância.
Eu fui embora sabendo do que estava fazendo, sabendo que ali eu perdia a leveza do que a gente vivia (que já estava arriscando ser desgastada na confusão de meus quereres todos). Sai de campo no auge do campeonato, não quis ver ninguém vaiar nosso time por causa das lesões que tanto sofri e me impediam de mostrar tudo que eu podia fazer por nós dois.
Você sabe, sou orgulhosa. Voltar atrás no que digo me mata de dores nessa vaidade boba que não sei de quem herdei. Por isso tranquilamente não daria nem mais um passo, não diria mais nada sobre nós dois! Mas nunca foi de orgulho o que eu falei - ou deixei de falar - em relação a nós dois, mas é de tantas outras coisas lindas que nem sei se seria justo te dizer agora (só eu sei o quanto sofri quando tentei remanejar minhas escolhas e não me permitiram, não posso errar igual, não com você). E ai digo que nunca mais volto quando vou embora. O problema é que mesmo quando digo que já fui, eu ainda estou ali, por perto, esperando que você perceba que não parti jamais. Preciso repetir que não volto, pra de fato não querer retornar e atacar essa áurea de recomeço que tá te rondando e que sei que você vem construído com todo cuidado e delicadeza, de quem novamente arrisca no amor torcendo pra ter sucesso.
E eu tô aqui escrevendo tudo isso e torcendo pra que você não leia, pra que nada mude (sabendo que não tenho direito em fazê-lo), mas no fundo mesmo, desejando muito que você veja em cada palavra que meu amor por você não só existiu, como nunca acabou.



Texto: Carina Mota
Vídeo: Calma Ai - Monique Kessous

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