terça-feira, 15 de julho de 2014

Feliz Dia de Ser Homem


Hoje é o Dia do Homem... 
Dezenas e dezenas de textos, recadinhos, imagens e afins "comemorando" a data para um grupo seleto e restrito, bem reduzido aos olhos de um vasto número de facebookianas. Para estas, aos que ficam de fora, limitem-se a comemorar o 1º de abril ou o 12 de outubro, já que não são homens que valham. 
Eu, de cá, fiquei pensando que tal arte nunca nos ocorre no Dia da Mulher, tão ostentado, comemorado, vangloriado pelos homens, seja pelo nosso jeito guerreira de ser, pela gentileza nos gestos e palavras, pela firmeza com a qual lutamos na vida ou pela delicadeza de ser feminina e outros motivos incontáveis. Só aqui já senti uma leve vergonha pela tão grande diferença de postura entre nós, mas nem vou comentar. Mas ai pensei se neste momento os homens se incumbissem do direito de criticar o tão misterioso papel de ser mulher e questionassem aquilo que nem nós, em meio à tantas mudanças conceituais e objetivas, podemos falar com propriedade.
Em primeira instância, ser, por si só, já é algo de infinita complexidade. Ser mulher, homem, mãe, pai, filho ou filha, enfim, ser sujeito é indefinível, pessoal e intransferível. Não há como ser pra mim o que é pra você sobre absolutamente nada neste mundo, então não vamos comparar ou construir modelos e ideais. Ocupar um papel é construí-lo cotidianamente, em meio à pressões sociais e desejos pessoais, onde não há um vencedor entre o eu e o mundo.
Depois, fico imaginando: quem disse que é fácil ser homem? Aliás, quem sabe sê-lo tão bem que se apossa da humilde função de criticá-lo? Em um mundo onde os papéis se confundem, onde uma diversidade de funções nos sobrecarregam a ponto de não saber onde deixamos de ser uma coisa para ser outra, ninguém sabe nada sobre nada. Hoje em dia, somos tudo. E às vezes nem sabemos o que somos.
Então, não sei bem se acho elegante, justo, atual e convincente essa história de que neste dia podemos dizer quais os homens não são dignos de serem parabenizados. Portanto, parabenizo aqui, com honra e orgulho os homens em todos os modos de existir que lhes são possíveis: os marrentões, viciados em futebol que choram no travesseiro quando se apaixonam; os bravos viciados em trabalho e obcecados pelo sucesso que tiram um minuto do dia pra olhar a foto da família e não arreda o pé de perto dela no fim de semana; aquele que aguenta uma sociedade inteira questionar sua masculinidade; aquele que não abre a porta do carro e nem paga a conta, mas não admite que uma mulher seja desmerecida em nenhuma ocasião só por questão de gênero; o que nem sabe o que é ser homem, mas respeita aqueles que já descobriram; aquele que acha que seu melhor exemplo masculino é o Chuck Norris ou o que vê isso na própria mãe; o que liga no dia seguinte e manda flores no aniversário; aquele que prioriza os filhos à uma viagem com a nova namorada; aquele que trocou o vídeo game pelos livros; aos tantos e aos inumeráveis estilos de homem que existem por ai.
Enfim, parabenizo especialmente aqueles que hoje compreendem que ser homem, no fim dos fins, é como ser mulher: ser único, incomparável e descobrir, dia após dia, quem nós somos, tendo o belíssimo direito de sermos respeitados por isso.
Feliz Dia do Homem pra cada um que tem um homem dentro de si e que se sinta merecedor de tal título! 

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Vivemos esperando...


Todos nós temos nossas expectativas sobre o que seria importante encontrar para sermos felizes. Temos nossos objetos de desejo e busca, ficamos atentos e vigilantes sobre a possibilidade de cruzarmos com aquilo que esperamos ter para nos completar. 
Ai lá vamos nós, imaginando como seria a pessoa perfeita para nos acompanhar. Um cara sério, bem comportado, de boa família e que goste de tomar sorvete vendo filme. Ou um moreno atlético, que use camisas da Tommy, formado com um bom emprego e com um belo carro importado. Quem sabe um sujeito simples, que use moletom e camisa branca lisa com havaianas, mas me traga flores ou chocolate quando eu estiver de TPM?

terça-feira, 27 de novembro de 2012

ExVazio

É de vazios que me faço agora. Dentro de todas as minhas lembranças, somente as saudades se manifestam como constantes gritos, querendo despertar para os dias de hoje. Acumulando despedidas, percebi que tenho colecionado pedaços perdidos pelos caminhos que passei. Sim, sou um amontoado de histórias malacabadas, de fins que iniciei e jamais fui corajosa o suficiente para completar.