Ofegante, não conseguia dizer as palavras que lhe vinham a mente. E pensava em tantas coisas, sentia tantas coisas. Nenhuma palavra. Só um conjunto de vogais sussurradas, liberadas em berros e gemidos. Ali havia uma imensidão de tesão. Para eles, todo o sexo do mundo.
Todos os dias mãos se pegando, olhos se cruzando, braços se apertando. Carinhos, afagos e vontade. Eram os corpos que não conseguiam se manter distantes, era o entorpercimento pela descoberta daquelas curvas, daquelas mãos, dos movimentos, do som que faziam juntos, do sabor do suor dele, da sensação de se sentir desejada em todos os seus músculos e gestos.
Todos os dias risos, satisfação, cansaço, insaciedade. Em cada poro o prazer se dilatava, escorria em suor e exalava-se num perfume carnal. Olhos se encarando, bocas se beijando, mãos desbravando cada centímetro do corpo que lhe arrancava sorrisos. E o peito chacoalhava esperando o toque no lugar da pegada, a palavra no lugar do beijo, o aconchego no lugar dos apertos.