domingo, 8 de fevereiro de 2009

Amanheceu...


Mais uma vez Jorge Vercillo me sopra coisas aos ouvidos.

Às três e tantas de uma madrugada completamente insossa, ouvi em meio as tantas e tão lindas palavras de uma de suas canções, algo que, pra mim, soou de maneira particular.

"E quando dei por mim, amanheceu" *

Senti abrir quilômetros de cortinas em minha frente.
Amanheceu em minha vida.
Soprei com leveza aquelas velas que vinham me iluminando e deixei que minha pele sentisse o calor desse novo sol. Senti arrepiar todos os pêlos ao longo do meu corpo, como que numa dança ensaiada, num passo sincronizado, meio que como aviso de que ansiei por alguns segundos.

Contraí quase que conscientemente meu coração, segurei o ar, congelei o olhar e apenas ouvi...

"... amanheceu..."

Nos segundos que correram essas poucas letras visualizei lentamente cenas de um passado próximo e vi dias vividos à meia-luz, tropeços no escuro.

E de repente amanheceu.

E essa nova luz é tão delicada que me mobiliza, me relaxa todo o corpo e me faz flutuar por entre seus raios. Flutuo e escorrego pelo ar, meio que sem freio, meio que sem destino. Sinto o perfume de flores nascendo dentro de meu peito. Sinto a vida nascer de dentro pra fora. Ouço meus pássaros cantando novamente.
Percebo que dentro de mim tudo está em metamorfose (e logo surgem novas borboletas!!).

Consegue entender o conteúdo disso tudo que digo? Melhor que não entenda. =]
É tão suave, tão manso que chega a ser íntimo.
.
* Trecho da música "À Meia-Luz", de Jorge Vercillo
Texto: Carina Mota

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