terça-feira, 14 de abril de 2009

O que seria isso?

É um verdadeiro impasse...
Não quero nunca mais me submeter a aceitar erros que me maltratem, mas também não quero mais uma vez atuar como a impetuosa rainha soberana e impassível de erro.
Estou aqui tentando organizar minhas idéias e sentimentos de uma maneira que o resultado possa ser equilibrado. Mas quanta petulância da minha parte! Nunca consegui fazer isso, por que haveria de conseguir agora?
E tomo mais uma taça de vinho, respiro um pouco, sinto meus olhos pesarem de tão molhados... mas não choro. Também não preciso exagerar!
Acho que, na verdade, não é o impacto da tristeza que é grande, e sim a atuação do que eu estou sentindo por ele. É o afeto crescendo, a paixão criando corpo... e eu sentindo mais uma vez o medo de ter outra história como tantas que já tive.
Não sei dizer o que existe entre a gente, nem sei dizer o que quero que venha a existir. Mas sei de tudo que quero evitar. Sei de cór todos os meus sintomas de sofrimento e por nada no mundo vou vivenciá-los de novo por pura ousadia da minha parte. Não sou mais criança pra colocar o dedo na chapa quente várias vezes, só pra ver se em todas eu irei me queimar.

É o medo de querer desistir disso tudo logo pra não ter que sofrer depois. É o verdadeiro pânico de que ele me mostre que é igual a todos os outros. É o medo de ter que dizer às minhas amigas que ele não é tão bom-caráter quanto eu disse. É o medo de ter que esquecê-lo... e perder, novamente, outra paixão.
Juro, não espero um homem perfeito, limpo da cabeça aos pés, cego para o resto do mundo, devoto de tudo que se relacione a mim. Eu sei que ele, dentro de sua condição de ser humano, vai me ferir, vai me fazer chorar de dor, vai me decepcionar, vai me faltar em algum aspecto, vai me fazer odiá-lo por alguns minutos... sei de tudo isso. E não espero que somente flores façam parte da nossa história. Quero inclusive que os espinhos existam, que é pra que possamos nos unir cada vez mais.
Eu só queria que ele entendesse que tudo que eu menos quero é vê-lo transformado naquilo que eu aprendi sobre homens. Quero apenas um homem simples, quase comum. Daqueles que vivem você delicadamente, a cada dia um pouco mais e que fazem sentir como se estivesse deitada na rede, numa fazendinha escondida do resto do mundo, tomando vento na cara, ouvindo o som dos pássaros e comendo fruta fresca. Quero que ele seja tão leve como uma borboleta que pousa em minha mão. Tão natural quanto o sono de um bebê no colo da mãe. Tão suave quanto banho de rio. E ao mesmo tempo intenso como ver um ídolo pela primeira vez: que me tire o fôlego e me encha de ar! E o que eu mais quero é que ele seja tudo isso do meu lado.
Que eu não tenha que esquecê-lo por razões mesquinhas. Já temos tanto com o que nos preocupar, não quero ter que perder os minutos que penso nele, preocupada se ele está ou não fazendo algo de errado.
Vai passar, eu sei que vai e eu quero que passe. Mas quero saber como deixar tudo isso claro pra ele. Mesmo com todo meu medo de parecer envolvida demais, tola demais, exagerada demais, melosa demais, exigente demais, insegura demais e qualquer outra coisa demais. Porque o que é demais em mim agora é a vontade de que ele fique e de que assim eu também possa ficar.



Texto: Carina Mota

3 comentários:

  1. Adoro pessoas conscientes, pensativas. Adorei seu texto! Beijos.

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  2. Brigada pela visita, flor!
    Gostei de saber que você gosta do Vercillo... e gostei de ver como você escreve bem! Sou fã incondicional dele, e também gosto de escrever.
    Peguei esse textinho emprestado, tá? hehe
    Postei lá no meu. :)

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  3. adorei tudo isso seu blog é inesquecivel...acrescentei uma ultima frase no fim desse texto e meu amor adorou...
    Não quero nunca mais me submeter a aceitar erros que me maltratem/Estou aqui tentando organizar minhas idéias e sentimentos de uma maneira que o resultado possa ser equilibrado/Não sei dizer o que existe entre a gente nem sei dizer o que quero que venha a existir.... VC É O HOMEM QUE SEMPRE ESPEREI...

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